segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

ENTENDENDO A DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA


       Depois de uma interessante conversa com o estudante de Fisioterapia, o varzealegrense Thiago Santos, da UNISA (Universidade de Santo Amaro), resolvi escrever um pouco sobre a Dualidade Onda-Partícula e tentar explicar de uma forma bastante exótica o comportamento dual da matéria.
       Em primeira instância temos dois fenômenos que não possuíam relação entre si, o conceito de Matéria e de Onda. Faremos um breve resumo destes tipos de entes físicos e em seguida vamos atacar o problema existente na maioria das “cabeças” das pessoas, entender o comportamento dual da matéria.
       Existem dois tipos de onda, as ondas mecânicas (que precisam de algum meio material pra se propagar, ex.: O Som) e as ondas Eletromagnéticas (que não necessitam de tal meio para se propagar, ex.: A Luz). Uma onda é originada a partir de algum tipo de perturbação, por exemplo, ondas na água são resultados de uma perturbação nas moléculas de água presentes na superfície da água, ondas eletromagnéticas são o resultado de constantes variações nos campos elétricos e magnéticos.
       A Matéria por sua vez é composta de partículas elementares como os Férmions (por exemplo, os elétrons) e os Quarks (que formam os prótons e os nêutrons), assim, matéria é tudo aquilo que é composto por estes ingredientes (anti-matéria, como o anti-hidrogênio e o anti-próton, são compostas pelas anti-partículas destas partículas, respectivamente). Diferentemente das ondas (que ocupam um amplo espaço no universo) uma partícula é algo localizável espacialmente, ou seja, podemos determinar sua posição em algum local do espaço. Com as ondas não é bem assim que funciona, pois não faz sentido perguntar “onde a onda está?”

       Imagine uma pessoa Bissexual, sabemos que este tem a capacidade de se relaciona com homens e mulheres. Agora suponha que este indivíduo está “louco” para se relacionar com uma única pessoa e que o submetemos a um local (festa, por exemplo) onde só existam mulheres. Então certamente ele se relacionará com alguma mulher. Mas suponhamos agora que o submetemos a um local onde só existam homens. Então certamente ele se relacionará com algum homem. Note que a sua ação é quem determina a forma como o indivíduo irá se comportar. Por fim, suponha que você o submete a um local onde há uma enorme quantidade de homens e de mulheres. Agora não dá pra saber se este se relacionará com homem ou com mulher, mas sabemos que ele se relacionar com um dos dois sexos.


       O físico francês Louis De Broglie (foto a direita), em sua tese de Doutorado, propôs algo incrivelmente revolucionário. Tendo conhecimento das ideias de Einstein sobre o caráter corpuscular da Luz, das Equações de Maxwell (que provavam que a luz é uma onda eletromagnética) e dos experimentos conhecidos como experimento da Dupla Fenda, este propôs que não só o elétron, mas que toda a matéria tivesse um comportamento dual, ou seja, assim como o elétron pode se comportar ora como partícula, ora como onda, podemos supor que o próton também possua tal característica e consequentemente toda a matéria.
       Mas isso causa certo “embaraço” na cabeça dos estudantes, levando-os a acreditar que o elétron é onda e partícula ao mesmo tempo. Isso não faz sentido! O que acontece é que podemos perceber o caráter de partícula do elétron ou o caráter ondulatório, mas nunca os dois simultaneamente. O experimento que usamos para observar o comportamento do elétron é quem dirá se o elétron se mostrará como partícula ou como onda. É como se o elétron pensasse: Ah! Você está usando este tipo de experimento, então mostrarei como me comporto diante de tal situação!
       Agora, se não tentarmos determinar o comportamento do elétron, este poderá estar se comportando como partícula ou onda. Para que fique ainda mais claro o que estou tentando dizer, vamos a uma analogia um pouco esquisita, mas que funciona bem.


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