Após muita agonia, seca, calor intenso, chove em nossa terra. O tradicional 19 de março foi marcado pela volta da água caindo dos céus, trazendo um fio de amarga alegria em cada agricultor de nossa terra, em cada um que depende da água dos reservatórios.
Mas a chuva tardia não impediu a morte e o sacrifício do gado, a venda à preço de banana, ao esgotamento de nossos recursos hídricos, ao esgotamento de nossas desculpas em não economizar água.
Comemora-se a chuva com a mesma intensidade com que se lavam calçadas e ruas, com que se passa meia hora no banho, com que se lava desnecessariamente uma casa num esbanjar de água de como se não se lembrassem dos ermos anos passados, onde os carros pipa abasteciam as nossas casas... ermos anos que se repetiram ainda neste ano, com o atendimento emergencial às comunidades rurais.
Não se espera um grande inverno, se espera um "pelo menos", se aguarda alguns ventos que soprem a nosso favor para que não tenhamos uma catástrofe no final do ano, quando nossas reservas zerarem, se continuarmos com o nível de desperdício aliado à falta de boas chuvas.
Esperamos que isto não ocorra, e que as pequenas lavouras possam ainda dar sinais, mesmo que pífios de vida.
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