Li o meu primeiro livro aos 7 anos de idade. O reli várias vezes e, até hoje, lembro de toda a história, todos os personagens e a trama que os une. O livro não era infantil e muito menos didático, se chamava "O Estrangulador" do grande escritor Sidney Sheldon, escritor que eu virei fã e li todas as obras com o passar dos anos, e me orgulho em dizer que tenho sua bibliografia completa em minha mini biblioteca. Depois disso, outros livros vieram e até hoje sou apaixonado pela literatura, começando agora a escrever a minha própria obra.
Desde pequena, minha sobrinha Maria Clara demonstra interesse pela leitura, quando não conseguia ler, ela criava pequenas estórias de acordo com os personagens e as ações destes nas gravuras dos livrinhos infantis que ela ganhava. Estórias complexas e com um nexo incrível para uma criança de três ou quatro anos, a criatividade dela é impressionante! No último dia seis, me deparei com uma situação que me deixou muito feliz: Maria Clara estava se formando como doutora do ABC pelo Colégio São Raimundo Nonato. Foi escolhida como oradora da turma, por ter a impressionante capacidade de ler melhor que muito acadêmico de direito por aí, lendo um texto relativamente grande com maestria, errando apenas em uma palavra. No decorrer da festa, depois de todas as pompas e entrega de diplomas, quando estava brincando com o seu padrinho Apolo, foi chamada por sua mãe e ganhou uma embalagem decorada com fitinhas e um bonito laço, dentro, viu algumas histórias infantis, livrinhos feitos para crianças com muitas gravuras e histórias simples. Imediatamente ela deixou de brincar com seu padrinho e suas amigas, sentou-se e começou a ler.
Aquele simples ato me fez sentir muito orgulho, me sentir sortudo: minha pequena sobrinha gosta de ler. A leitura é o primeiro e principal alicerce para uma pessoa inteligente. Ler não é apenas uma obrigação, ler é um hobbie, uma diversão, uma educação. Quem é um bom leitor, consequentemente é um bom escritor, é uma pessoa educada, inteligente, social, extrovertida, descontraída e que tem muito o que conversar.
Toda esta história para que? Para falar que a sociedade hoje tem preguiça de ler. O povo hoje lê por obrigação, quando lê. A falta da leitura é a origem de TODAS as mazelas sociais cotidianas, de pequenas brigas em bares até a corrupção em Brasília.
O indivíduo que não lê, para mim, é uma pessoa sem criatividade, sem imaginação, não viveu as mais diversas aventuras sem sair de casa. 'As viagens de Gulliver' me fez me sentir grande , 'O Mundo de Sofia' me fez repensar a minha existência e filosofar sobre a vida, 'Anjos e Demônios' me colocou dentro de uma perseguição eletrizante no vaticano, fazendo o meu coração pulsar mais forte, em 'A Arte da Guerra' aprendi que você deve respeitar todos, até mesmo os seus inimigos, em 'Um pálido ponto azul' vi a beleza do universo, as estrelas, os planetas e as galáxias.
Enfim, falta também a iniciativa dos governantes para incentivar a leitura, poucos são as crianças que desenvolvem a curiosidade e a vontade de ler sozinhas, deve haver um incentivo, um ensino axiológico do que é ler, como ler, por quê ler. Uma infância sem leitura, leva a uma adolescência vazia e uma vida adulta funcional, ou seja, você trabalha para se sustentar e só.
Deixo o recado aos governantes -- em especial aos da minha cidade Várzea Alegre -- que, para serem criados cidadãos mais conscientes, mais racionais, mais críticos e mais inteligentes, é preciso a leitura, a leitura divertida, a leitura que não é obrigação, mas opção. Incentivem as crianças e os jovens a ler, mas a ler o que eles querem, não adianta tentar forçar goela à baixo um livro chatíssimo de Machado de Assis em um adolescente que nunca leu nem um Gibi.
Uma coisa triste é saber que, de todas as pessoas que vão ver esta postagem, apenas 10% vão ler até o final. Triste. Enfim...
"Uma país é feito de homens e livros"
- Monteiro Lobato
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