Longe da péssima administração de Fernando Haddad, o primeiro dia do ENEM mostrou-se fraudulento partindo dos próprios estudantes. Foi noticiado amplamente ontem o envio de fotos do cartão-resposta às redes sociais, fato devidamente punido pelas autoridades competentes. Este fato nos traz à reflexão dos limites e da maturidade que os jovens tem diante do potencial de compartilhamento e principalmente da privacidade na internet.
Num mundo onde se reclama de falta de privacidade, são os próprios usuários da internet que se expõem demais, numa tentativa de vencer a solidão quase que paradigmática do contexto atual, fingindo que alguém na internet se importa com suas publicações, como se o número de expectadores fosse realmente o número de amigos.
A infelicidade e a frustração da falta de algo real cria falso romantismo, falso intelectualismo ao postar frases de escritores os quais não se leu. A falta de amigos se torna em postagens de uma vida social agotada, fotos diante do espelho revelando algo que não queremos que ninguém veja, aquele diante do espelho não é o meu verdadeiro eu, mas uma tímida lágrima, um pedido de ajuda, exibicionismo que revela carência.
A internet mudou nossas vidas, nos levou para dentro de uma rede onde tudo e todos se veem, mas a verdade quase nunca se revela.
É preciso que os jovens entendam os limites do uso da internet e das redes sociais, entendam o grau de risco de se expor até o mais íntimo, escondendo de si mesmo uma insegurança que qualquer idiota que nasceu e teve vida antes da internet sabe reconhecer.
Sozinhos na multidão digital, não sigamos o caminho do abismo, vamos usar esta tecnologia a nosso favor, e não como um inimigo que nos revela as fraquezas, a nossa patética existência que, sem a atenção alheia, se torna em nada.
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