Hoje e amanhã estudantes de todo o Brasil colocam seus futuros nas mãos do ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, que já é a porta de entrada de boa parte das universidades do país, numa substituição aos vestibulares de cada instituição.
Entre falhas, incoerências e desorganização, a prova do ENEM anualmente é alvo de polêmicas, mas nenhuma delas envolvendo a questão principal: o exame não condiz com o nosso sistema educacional, é um desrespeito à educação. Por quê?
Em primeiro lugar, ao retirar das universidades a elaboração das questões, os exames, que nos vestibulares já pecavam pela falta de contexto, agora são erroneamente centralizados, numa desnecessária padronização de conteúdos, um crime contra as especificidades culturais de cada região.
Se em nossas escolas a História do estado e da cidade natal já nem eram vistas, imagine agora que não há mais nem a cobrança por parte dos exames de seleção para o vestibular, visto que o nosso Ensino Médio é uma piada de mal gosto com os alunos, como se eles só valessem algo ao entrar na universidade, desconsiderando brutalmente as outras instâncias da vida.
A divisão das provas em segmentos díspares ao que é visto em sala de aula é outra importante questão a ser revista, pois avalia o aluno em uma sistemática que não foi utilizada no processo de ensino, contrariando os próprios princípios da educação brasileira estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Em suma, o EBEM é um engodo, uma solução com a melhor das intenções e com a pior das metodologias, uma armadilha em que os jovens se obrigam a cair em nome do ingresso em uma instituição de ensino superior, que no nosso país longe foge a seus reais objetivos, mas isso já outra história.
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