Para os amantes de filmes de ficção científica, mais
precisamente de Star Trek,
ou até mesmo do desenho animado Dragon Ball Z, ficava sempre a esperança de
podermos nos teletransportar da mesma forma que o personagem Goku. Será mesmo
que o teletransporte é possível? Para responder a essa pergunta, vamos nos
basear num artigo científico publicado em 1993 por um grupo de cientistas. Tal
trabalho é intitulado Teleporting na Unknow Quantum State via Dual
Classicaland Einstein-Podolsky-RosenChannels. Mas é importante
salientar que não existe apenas esse trabalho na área.
Consideremos dois personagens, uma chamada Alice e
outro chamado Bob. Alice, em seu laboratório aqui na terra, possui duas
partículas que vamos chama-las de B1 e B2 (em homenagem aos Bananas de
Pijamas). Bob, por sua vez, está em seu laboratório em qualquer lugar da galáxia
(ou até mesmo em outra galáxia). Então vamos explicar passo a passo como
funcionaria o teletransporte da partícula B1. Lembrando que não necessariamente
precisamos saber o “comportamento” da partícula B1 (ou melhor, não precisamos
conhecer o estado quântico da partícula B1).
Primeiramente devemos considerar que as partículas B2
e a partícula do Bob devem estar Emaranhadas.
Mas o que significa uma partícula estar emaranhada? Significa que qualquer
medida feita sobre uma das partículas, afeta o estado quântico da outra. Para
melhor exemplificar, é como se existissem duas pessoas, que moram em mundos
diferentes, e que ao fazermos uma rir, a outra também ri, ao fazermos uma
chorar, a outra ri (este não é melhor exemplo de todos, mas funciona). Assim,
quando fazemos uma medida na partícula B2, a partícula do Bob é afetada de
algum modo.
Quando Alice realiza uma medição sobre as partículas
B1 e B2, isso faz com que a partícula do Bob sofra uma alteração, e essa
alteração ocorre de tal forma que as informações contidas na partícula B1 sejam
projetadas sobre a partícula do Bob, ou seja, as informações da partícula B1
são teletransportadas para a partícula do Bob e esta começa a se comportar como
a partícula B1 (fica no mesmo estado quântico inicial da partícula B1). Assim,
partículas que são descritas pelo mesmo estado quântico são equivalentes, ou
seja, é como se a partícula do Bob tivesse se transformado na partícula B1. O
problema desse processo, é que a partícula B1 (inicialmente no laboratório da
Alice) é destruída durante o processo.
Então, podemos ver que o teletransporte é possível
sim, mas não o teletransporte de matéria, e sim, de informações. Assim, se
quisermos teletransportar um gato de um local a outro, devemos ter, nesse
local, material suficiente para que o novo gato se forme a partir dele. Embora
esse não seja o meio de transporte mais seguro do mundo, ele poderia ser de
grande ajuda para muita gente. Um grupo de cientistas chineses conseguiu tal
façanha, onde eles teletransportaram o estado quântico de um conjunto de
partículas de Rubídio (cerca de 1mm de raio) à uma distância de 50cm de outro
conjunto de partículas exatamente iguais, mas em estados diferentes.
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